quinta-feira, 30 de junho de 2011

Resumo crítico: “Pro dia nascer feliz” (documentário sobre a realidade em diferentes escolas brasileiras)

Ao assistir ao documentário, é inevitável se questionar a diferença entre o comprometimento dos professores nas escolas públicas e nas escolas privadas de diferentes estados e regiões do Brasil, assim como a disponibilidade de recursos dada aos professores, a infraestrutura das escolas e as aspirações de alunos de ambas as partes.
Foi observado que muitas vezes os professores se encontram desmotivados não só pela falta de recursos para que possam ministrar suas aulas dignamente, mas também pelo desinteresse dos alunos que, por sua vez, se encontram desestimulados pelo mau funcionamento do sistema da escola e, por quaisquer que sejam os motivos, agridem e desrespeitam seus mestres; é como um ciclo vicioso. Analisando os extremos: na escola privada, geralmente podemos encontrar alta tecnologia como formas de desenvolver um programa de ensino sofisticado com base numa maior exigência de dedicação por parte dos alunos aos estudos, chegando até a ocupar de certa forma o lugar dos pais nesse sentido; sendo assim, as aspirações de alunos que são submetidos a cobranças maiores tendem a ser maiores também, obtendo êxito muitas das vezes, assim possibilitando uma manutenção de seu status social ou mesmo sua ascensão para uma classe ainda superior.
Enquanto isso, na escola pública não há uma intervenção eficiente para promover uma revolução no que diz respeito às suas condições estruturais e no próprio sistema de ensino. A aprovação automática, estabelecida recentemente, causou polêmica em diversas áreas da sociedade, aos pais de alunos, que querem que seus filhos sejam educados na forma que lhes é de direito. Mas o que deve ser levado em consideração não é a aprovação ou a reprovação, isso é apenas um detalhe que deveria se apresentar em segundo plano; a obrigação da escola é fazer o aluno aprender. Projetos político-pedagógicos foram criados para isso, para valorizar a Educação que é a base a sociedade, é o que faz uma sociedade emergir, mas o que vemos são escolas abandonadas pelo governo como se não tivessem a importância que realmente tem.
Quando questionarmos o comprometimento dos professores nas escolas públicas, não devemos nos esquecer de que muitas vezes esses professores não tem as condições mínimas para ministrar uma aula; o desrespeito de alunos rebeldes aos seus educadores, tanto em casa quanto na escola, desmotiva aquele sentimento que deveria ser essencial num professor: o prazer em ensinar. Além disso, alunos agressivos lhes causam medo, o que lhes impedem, muitas vezes, de trabalhar. Professores de algumas escolas públicas são injuriados, agredidos fisicamente, ameaçados, zombados e às vezes até mortos. Para finalizar toda essa problemática, ainda há os péssimos salários que o governo investe aos nossos educadores, tão importantes na sociedade. Isso se caracteriza como um desafio para os professores: suprir as necessidades geradas pela sociedade moderna, com os equipamentos de alta tecnologia nas escolas de classe média, média-alta e alta; falta de espaço nas escolas públicas e que, por diversas vezes, tem a Educação Física suprimida de seu currículo devido a esse fator; problemas de saúde pública que afetam as classes menos favorecidas financeiramente; desestruturação familiar, que não dá condições de um jovem se dedicar aos estudos, ao aprendizado; desinteresse pelo movimento corporal na adolescência, o que torna as aulas de Educação Física monótonas, se o professor não souber passar por cima e todas essas barreiras e souber dar aulas com diversidade de conteúdos; hábito de assistir esporte em vez de praticá-lo, devido a uma grande influência da mídia televisiva que vende o esporte como produto de consumo etc.
Diante do exposto, é necessário refletirmos sobre o esforço e interesse de nossos governos em investir numa educação de qualidade num país de terceiro mundo que, para ascender social e economicamente, necessita de uma população consciente, educada e capaz de suprir suas necessidades com dignidade e autonomia.





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